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terça-feira, 18 de outubro de 2011

HISTORIA DO JUDAS PRIEST

INTRODUÇAO
A banda Judas Priest  pode ser considerada uma das precursoras do heavy metal moderno. Tratou-se da primeira banda a unir o peso e temática violenta criados pelo Black Sabbath à velocidade dos grupo como o Led Zeppelin. Foram também responsáveis pela adoção das roupas de couro com adereços de metal cromados entre os apreciadores de rock.
A banda foi formada em Birminghan, Inglaterra, em 1969, por Ken Downing (KK Downing, guitarrista), Ian Hill (baixista), Alan Atkins (vocalista) e John Ellis (baterista). O nome Judas Priest (baseado no nome de uma música de Bob Dylan, The Ballad Of Frankie Lee And Judas Priest) já havia sido usado por uma banda anterior de Atkins e Ellis, que logo sairiam da nova formação, dando lugar a Rob Halford (vocalista) e John Hinch (baterista) que haviam tocado na banda Hiroshima. Mais tarde se juntou à banda mais um guitarrista, Glenn Tipton (as guitarras dobradas seriam mais uma marca a ser imitada entre as bandas de heavy metal inglesas que se seguiram).
Durante anos, lançando discos por selos locais, a banda não conseguiu sair do underground (a sonoridade era realmente nova à época) mas conseguiu juntar uma legião de seguidores e outras bandas que copiavam seu estilo.
Após o primeiro álbum, Rocka Rolla, de 1974, o baterista John Hinch abandonou a banda e foi substituído por Alan Moore (que havia tocado algumas vezes com o Priest logo após a saída de Ellis). Em 1976 gravaram Sad Wings Of Destiny, cuja repercusão valeu à banda pela primeira vez um bom contrato com a gravadora CBS.
Com o álbum Sin After Sin de 1977 a banda apareceu pela primeira vez nas paradas inglesas. Com Stained Class de 1978 já eram considerados uma banda bastante influente e com o álbum Killing Machine de 1978 (lançado na américa com o nome Hell Bent For Leather) se tornaram capitães da grande New Wave Of British Heavy Metal, movimento que revelou praticamente todas as grandes bandas de metal clássico da Inglaterra, como Iron Maiden, Saxon, Venom, etc.
Dave Holland assumiu a bateria para o disco British Steel, que teve pela primeira vez grande repercussão mundial. O auge da carreira internacional da banda ocorreria com Screaming For Vengeance de 1982 e Defenders Of The Faith de 1984.
Ocorreu então o fato que iria marcar a carreira da banda desde então. A imprensa noticiou fartamente o suicídio de dois garotos fãs da banda. O caso foi explorado ao máximo e a banda apontada na medida do possível como bode espiatório e responsável pela morte dos garotos. Após anos de julgamentos e apelações felizmente ficou provado que o suicídio dos garotos teria sido resultado de problemas e violência doméstica. O fato porém marcou a imagem da banda definitivamente.
O álbum Turbo, lançado em 1986 tratou-se do mais polêmico da banda, que em busca de sonoridades mais atuais havia incorporado instrumentos  eletrônicos. Apesar da imensa vendagem (movida pelos excelentes álbuns anteriores) o disco não foi bem aceito por crítica nem público. Turbo contava com composições que traziam bastante energia, melodias e refrões marcantes, bem como solos tecnicamente impecáveis e repletos de criatividade, além de conseguir incorporar avanços técnico-instrumentais oitentistas à sonoridade do Priest, mas soava prejudicado pela temática das letras e pela sonoridade muito comercial, incompatível com a história da banda.
O álbum posterior, Ram It Down, é acusado por muitos de ser um ponto ainda mais baixo na carreira do Judas, aprofundando radicalmente todos os aspectos negativos de seu antecessor, sem contar, entretanto, com as virtudes deste. A produção desceu a tal ponto que, até hoje, apesar das veementes negativas da banda, cogita-se que parte das baterias usadas na mixagem final seja eletrônica. As roupas, o laquê, a postura poser e a produção de palco da turnê estavam ainda mais exageradas.
A volta por cima seria dada em 1990 com o excepcional Painkiller, um disco moderno, rápido e violento, acima de tudo fiel ao estilo da banda. Com o novo baterista Scott Travis, a banda se apresentou no Brasil no Rock In Rio II.
Em 1992 porém Rob Halford abandonou a banda para montar o Fight (que a princípio deveria ser apenas um projeto paralelo). Após um longo período de indecisão em 1996 o Judas Priest anunciou que iria voltar com um novo vocalista e para o lugar de Halford foi escolhido Ripper Owens que havia tocado durante anos em uma banda cover do Judas Priest.
Desta tentaviva coberta de sucesso, sai Jugulator. Jugulator trazia uma banda totalmente diferente de tudo que já havia feito. Um álbum muito mais pesado mesclando heavy com thrash, mas sem descaracterizar o seu som. Diferente de Painkiller. Os solos não tão elaborados como seu antecessor, mas igualmente perfeitos para o que a banda se propôs a fazer. O vocal de Ripper Owens nas partes agudas pode ser facilmente comparado com Rob Halford. De uma capacidade incrível, o novo vocalista mostrava seu poderio vocal em faixas como Jugulator, Cathedrall Spires, Death Row e Burn in Hell. Vale destacar também o conteúdo mais forte das letras. Muitas críticas positivas e outras nem tanto. Alguns setores da imprensa acusaram a banda de ter "fugido completamente" de seu estilo clássico de fazer heavy metal, e outros consideravam-no um excelente disco.
Em 1998 sai 98’Live Meltdown. Um cd duplo ao vivo com o melhor do Judas Priest. Aclamado por toda a imprensa, este live traz músicas antigas e sucessos recentes, mas o que chama a atenção, é a versatilidade e profissionalismo com que Ripper Owens interpreta sucessos antes cantados por Rob Halford, além de suas próprias músicas.
Em 2001 sai Demolition. Seguindo as mudanças iniciadas em Jugulator, o Judas tende ao metal moderno (até por vezes alternative / new metal), sem olhar para trás. Demolition marca a consolidação de Ripper Owens como vocalista, e um estilo musical diferente. Novamente, gerou discórdias, com fãs radicais não o aprovando enquanto outros acreditam tratar-se de (mais um) excelente álbum.
Em 2003 começam boatos sobre a saída de Ripper e a volta de Halford ao Judas Priest. A ótima recepção do último álbum da banda Halford, uma volta ao metal mais tradicional, apontava para uma reunião que realmente se concretizaria. Fora do Judas, Ripper assumiu o posto de vocalista na banda Iced Earth.

BIOGRAFIA
 
Biografia
1969      Em setembro de 1969, Alan Atkins (vocalista) e Bruno Stappenhill (baixista), dois amigos que moravam em West Bromwich, cidade próxima a Biminghan, na Inglaterra, realizavam testes de audição de guitarras para sua banda com o objetivo de substituir John Perry, morto num acidente automobilístico. Dentre os vários que compareceram, estava Kenneth Kelvin 'KK' Downing, mas ele não chegou a ficar. O escolhido foi Earnest Chataway. O line-up foi completado com o baterista John Partridge. Mas, e o nome da banda? Bruno sugeriu JUDAS PRIEST, nome tirado de um álbum de Bob Dylan, através da faixa The Ballad Of Frankie Lee and Judas Priest.
     Após algumas apresentações, o manager, Alan Eade, da Ace Management, colocou-os em estúdio para gravar Demo-Tape, com duas faixas (Good Time Woman e We'll Stay Together). O objetivo seria um contrato com uma gravadora. A Harvest e a Immediate Records se interessaram pelo material e a banda faz uma audição especial para as gravadoras em Walsall, no The George Hotel. A Immediate Records os aprovou e fechou o contrato por três anos.
     Dois meses depois, o empresário avisa aos músicos que a gravadora tinha fechado. Ao voltar à estaca zero, a banda continua se apresentando, mas, em meados de 1970, decidem se separar. As divergências musicais aliadas a insegurança e a tristeza por não ter gravado o primeiro álbum foram os principais motivos. Al Atkins era o mais descontente com o estilo 'bluesy' que a banda tinha adotado e continuou procurando por músicos para seu novo projeto.
     Numa noite no Holy Joe's Studios, em Wednesbury, Al ouviu uma banda que o entusiasmou. Três jovens cabeludos 'batendo cabeças'?!, Al questionou-se. Genial, concluiu. Um deles era KK Downing, guitarrista que Al já conhecia. Os outros eram Ian 'Skull' Hill (baixo) e John Ellis (bateria). Al perguntou ao trio se precisavam de um vocalista e a resposta foi positiva. Começaram ensaiar, mas Al não havia gostado do nome que iam batizar a banda, Freight. Decide sugerir o nome de sua ex-banda, Judas Priest. Todos foram unânimes em concordar.
     Após poucos meses, começam a tocar, abrindo para o Slade, Budgie e Warhorse, estreando oficialmente em 16 de março no Working Men's Club, em Essington (ING). No set list estavam músicas como Spanish Castle Magic (Jimi Hendrix) e outros covers, mas a banda já incluía músicas próprias em seus shows, como Mind Conception.
     Em outubro, o baterista John Ellis deixa a banda, sendo substituído por Alan 'Skip' Moore.
     No ano seguinte, o manager David Corke decide que era hora de entrarem em estúdio. Duas músicas foram gravadas no Zella Records, Holy Is The Man e Mind Conception, em julho de 1971.
     Seguem, entre 1971 e 1972, apresentando-se poucas vezes ao vivo (como convidados do Slade, Budgie e Gary Moore), já que estavam concentrados em compor para o primeiro álbum. Amparados pelos novos managers, aliados a David Corke, que pertenciam a I.M.A., empresa local comandada por Norman Hood e Tony Iommi (Black Sabbath), a banda se sente mais tranqüila para se dedicar apenas às composições, entre elas Winter, Never Satisfied e Caviar & Meths.
     Outras bandas empresariadas pala I.M.A. eram o Bullion, Flying Hat Band (do guitarrista Glenn Tipton) e o Necromandas.
Tudo ia bem, até que, em maio, o baterista Alan Moore deixa a banda para integrar o Sundance, sendo substituído por Chris 'Congo' Campbell.
     Em 1973, excursionam como suporte para o Thin Lizzy e UFO. Mas, após os shows, Al Atkins deixa a banda por problemas financeiros e familiares. Na mesma época, Chris 'Congo Campbell também deixa o Priest. Muitos pensaram que este seria o fim, mas KK Downing e Ian Hill decidem continuar.
A namorada e futura esposa de Ian Hill, Sue Halford, indica seu irmão, Robert John Halford, para o posto de vocalista. Halford, então, ator de teatro, entra definitivamente na banda, trazendo consigo o baterista de sua banda (Hiroshima), John Hinch. Começam o ano em tour, iniciando dia 19 de fevereiro, passando pela Alemanha, Holanda, Noruega e encerrando dia 28 de dezembro, no Royal Links Pavillion, em Norfolk. Dentre os vários shows da tour, um foi especial, pois um 'olheiro' da Gull Records os vê e os convoca para entrarem em estúdio para trabalhar no lançamento do primeiro álbum (N.R.: o contrato com a Gull foi assinado oficialmente dia 16 de abril de 1974, em Londres).

1974
     A banda começa a gravar o primeiro álbum, terminando-o após três semanas de trabalho. Dia 06 de setembro, finalmente lançam na Grã-Bretanha, Rocka Rolla. Os músicos, mesmo descontentes com a produção de Roger Bain e até mesmo com a arte da capa (N.R.: com o título escrito de forma idêntica ao logo da Coca-Cola), tinham consciência de que o material era forte o bastante para falar por si.
     Em 1975, a banda excursiona pela Europa com o intuito de promover Rocka Rolla. A tour se inicia dia 21 de fevereiro no Main Hall, em Latfield (ING), encerrando dia 12 de dezembro, no Coventry Tech, na Inglaterra.
E a força da banda ao vivo pôde ser mostrada no Reading Festival, onde impressionam o público e a mídia. Após o show, o baterista John Hinch deixa a banda. Para seu lugar, recrutam o ex-membro Allan Moore. E começam a compor para seu segundo álbum.
     Em dezembro, entram no London's Morgan Studios para gravar Sad Wings Of Destiny, lançado em março de 1976. Entre faixas eternas como Tyrant, Genocide e The Ripper, está a clássica Victim Of Changes que, apesar de considerada uma das melhores composições da banda em todo os tempos, é, na verdade, uma junção das músicas Whiskey Woman (composta por Alan Atkins) e Red Light Lady (de autoria de Rob Halford, nos tempos de Hiroshima).
     Partem para uma tour pela Grã-Bretanha e, apesar de não contarem com nenhum apoio da gravadora, tocam de abril a junho. Mas, a união e a garra são recompensadas com um contrato com a multinacional CBS/Columbia (atualmente Sony Music).

1977
     Após assinarem com a CBS/Columbia, entram em estúdio para a gravação do terceiro álbum, Sin After Sin, com produção a cargo de Roger Glover (então ex-baixista de Deep Purple). Como o baterista Alan Moore havia saído, restou ao Judas Priest contar com os préstimos de um músico de estúdio, Simon Phillips, que já havia trabalhado com Robert Palmer, Nazateth, Bonny Tyler e David Covadale). O álbum saiu em abril e atingiu e atingi a 23ª posição nas paradas da Inglaterra, eternizando músicas como Sinner, Diamonds And Rust (cover de Joan Baez), além das vigorosas Starbreaker, Call For The Priest e Dissident Agressor.
Após o lançamento, seguem em tour, de maio a junho de 1977, incluindo os EUA, onde tocaram como suporte para o Led Zeppelin, R.E.O. Speedwagon e Foghat,e, na Inglaterra, para o Status Quo.
     A vendagem do álbum foi expressiva e o bom momento comercial continuou com o lançamento seguinte, Stained Class, lançado em fevereiro de 1978, com produção de Dennis McKay. O baterista já era Les Brinks (ex-Fanny), que havia trabalhado com Roger Glover na trilha sonora do filme infantil "Butterfly Ball". Com a forte pegada de Les Brinks, aliada ao som das guitarras da dupla Downing/Tipton, o baixo marcante de Hill e o vocal vibrante de Halford, o som tocado pelo Judas Priest começou realmente a chamar a atenção do mundo. Faixas rápidas como Exciter, uma balada 'heavy' como Beyond The Realms Of Death, e faixas com um 'groove' próprio como Better By You, Better Than Me, mostravam que o som da década seguinte seria mesmo o Heavy Metal, que na época passava por um período negro, obscurecido pelo Punk, Progressive Rock e a Disco Music.
     Antes mesmo do lançamento oficial do álbum, em janeiro de 1978, a banda parte para uma tour pela Inglaterra, como suporte para o UFO, e, nos EUA, abrindo para o Angel e também, para o UFO. Em agosto, ocorre a primeira tour pelo Japão. As apresentações da banda passam a ser muito concorridas, com a tradicional entrada apoteótica de Rob Halford em cima de uma Harley Davidson e as roupas no melhor estilo 'denim and leather', com os adereços de metal cromados (braceletes e cintos). A extensa tour se encerra dia 16 de dezembro no Palladium Theatre, em Nova York (EUA).
     Após a tour, a banda volta ao estúdio para gravar o próximo trabalho, com produção a cargo de James Guthrie. Killing Machine, título do álbum no Reino Unido, foi lançado em outubro, mesma época em que a banda parte para uma tour na Inglaterra. As faixas que mais marcaram neste lançamento foram Delivering The Gods, Hell Bent For Leather, Burning Up, Take On The World e Running Wild. No início de 1979, o álbum é lançado nos EUA, com o título de Hell Bent For Leather e com uma faixa extra, The Green Manalishi. Assim como ocorrera na Inglaterra, logo após o lançamento americano, a banda parte para uma tour, que teve início dia 13 de fevereiro, em Osaka (JAP), e encerramento em 14 de dezembro, em Nice (FRA). A tour mundial foi ao lado de bandas como o Kiss, Axe e AC/DC. O primeiro hit single em terras britânicas veio nesta época, como Take On The World e o álbum atingiu a 32ª posição nas paradas.
     Entre maio e agosto, a banda prepara o primeiro álbum ao vivo, mixando-o no estúdio de Ringo Starr (Beatles), em Ascot (ING). Nesta época, o baterista Les Brinks (que gravou o álbum ao vivo) deixa a banda, sendo substituído por Dave Holland (ex-Trapeze).
     Unleashed In The East foi gravado em Tóquio (JAP), no Koseinenkin Hall e e Nakano Sunplaza Hall, com produção de Tom Allon e até hoje é considerado um dos melhores álbuns ao vivo de Heavy Metal de todos os tempos. O álbum, que obteve a 10ª posição na parada inglesa e 70ª lugar nos EUA, chegou às lojas em setembro.

1980
     Como a própria banda, a crítica e o público haviam aprovado o trabalho ao vivo, o Judas decide gravar o trabalho seguinte com o mesmo produtor, Tom Allom. No início de 1980, começam a gravar British Steel, lançado oficialmente em março. Na época, a banda fazia uma tour pelo Reino Unido, ao lado do Iron Maiden, e o álbum entrou direto no número 3 da parada britânica. O potencial comercial, com faixas de fácil assimilação, como Breaking The Law e Living After Midnight, obviamente obtém respaldo na América, onde recebem o disco de ouro pelo RIAA. Outras faixas que se destacam no álbum são Grinder, Rapid Fire e Metal Gods.
     Neste mesmo ano, tocam na primeira edição do Castle Donnington "Monsters Of Rock Festival", ao lado de Rainbow, Scorpions, April Wine, Riot e Touch. Após o fim da tour, dia 23 de agosto, no "Neunkirchen Festival", em Nuremberg (ALE), viajam para a ilha Ibiza, no Mediterrâneo, para pré-produção do álbum seguinte, Point Of Entry. Apesar de poder contar com uma boa produção e de obter boa vendagem, o álbum não emplaca. Algumas faixas como Heading Out To The Highway, Desert Plains e Hot Rockin' conseguem virar clássicos. No entanto, outras como You Say Yes e Solar Angels são fatalmente massacradas. Vale ressaltar que novamente os lançamentos nos EUA e Europa são diferentes, porém, desta vez apenas na arte da capa.
     O início da tour mundial se deu a 13 de fevereiro de 1981, se estendendo até 14 de dezembro. A banda tocou na Inglaterra ao lado do Accept, na Europa com o Saxon e nos EUA com o Iron Maiden e Joe Perry Project. Depois de um breve período de descanso, a banda se reúne para iniciar os trabalhos para o álbum seguinte, Screaming For Vengeance. O processo de trabalhar em Ibiza se repetiu, mas a fase de mixagem do álbum foi realizada em Miami (EUA). Com a produção novamente a cargo de Tom Allom, Screaming For Vengeance é lançado oficialmente em julho de 1982 e obtém a marca de 4 milhões de cópias vendidas nos EUA. O hino máximo The Hellion/ Electric Eye abre o álbum em grande estilo, seguido de faixas memoráveis, como Riding On The Wind, Bloodstone, (Take These) Chains, You've Got Another Thing Coming, Fever, Devil's Child, além da faixa-título.
     A tour de divulgação do álbum durou nove meses, sendo que seis deles somente nos EUA, ao lado do Def Leppard, Iron Maiden e Coney Hatch, iniciando em 26 de agosto no Stabler Arena, em Bethlehem, e com término em 12 de dezembro no Midsouth Coliseum, em Memphis.
     Durante o fim de semana do Memorial Day, em maio de 1983, a banda toca no "Califórnia US Festival", ao lado de Van Hallen, Ozzy Osbourne e Scorpions. Na mesma fase, a SMV Enterprises lança o vídeo ao vivo para o tour de Screaming For Vengeance, gravado em Memphis (EUA).
     Depois da tour, passam a se dedicar aos trabalhos do álbum seguinte, sempre com o auxílio do produtor Tom Allom e, agora, com o novo manager, Bill Curbishley.
     Em dezembro sai Defenders Of The Faith. Apesar da falha na tentativa de igualar o sucesso de seu antecessor, o álbum contém faixas magníficas como Frewheel Burning, Jawbreaker, The Sentinel, Some Heads Are Gonna Roll e Eat Me Alive. O único ponto negativo unânime foi em relação ao nível da gravação que, realmente, deixou a desejar. Simultaneamente à época do lançamento, a banda segue em tour pelos EUA, ao lado do Accept e, na seqüência, pela Europa. A tour teve duas partes, a primeira entre janeiro e junho e, a segunda, em novembro e dezembro.
     O ano de 1984, foi quase que inteiramente dedicado à tour, a lado de nomes como Quiet Riot, Ted Nugent, Great White, Saxon, Raven e Kick Axe. O início foi em 6 de janeiro na Inglaterra e o término no dia 13 de setembro em Tóquio (JAP). Um mês depois, Glenn, Rob e K.K., se reúnem em Marbella, na Espanha, visando compor para o trabalho seguinte.

1985
     De fevereiro a abril, a banda se concentrou no Compass Point Studios, nas Bahamas. Foi o início da era digital nas técnicas de gravação e o produtor Tom Allom, fascinado com as maravilhas da tecnologia, não hesitou em sugerir que o novo álbum fosse feito com o uso de técnicas mais modernas.
     Após um longo período, lançam Turbo, em março de 1986. o álbum recebe o mesmo tipo de críticas dadas a Point Of Entry. Os velhos fãs torceram o nariz para Turbo, com suas guitarras sintetizadas, bateria eletrônica e todo o aparato digital, em faixas como Turbo Lover, Locked In, Private propety, Out In The Cold, Hot For Love e Reckless. Por outro lado, o público norte-americano, acostumado a este tipo de mudança, não ligou muito para o falatório sobre traição ao Metal, imputado pelos europeus com relação à postura musical e visual adotada. Na Inglaterra, apesar das críticas, o álbum atingiu a 33ª posição nos charts, permanecendo assim por quatro semanas.
     Precisamente no dia 2 de maio, partem para uma tour mundial (exceto Grã-Bretanha), a "Turbo-Fuel For Life Tour", ao lado de Dokken, Bon Jovi, Warlock, Krokus e Loudness, que resultou em mais um álbum ao vivo, Priest...Live!, lançado em junho de 1987. As 18 faixas do álbum conseguiram captar a fase "Hard" do Judas e o vídeo, gravado em Dallas (EUA), foi lançado na seqüência, captando o quanto a banda havia se tornado "americana".
     Somente no ano seguinte a Inglaterra começou a se voltar novamente para o Judas, com a inclusão do cover de Chuck Berry, Johnny B Goode, para o filme "Johnny Be Good". A imprensa, no entanto, não escondia o descontentamento com o direcionamento musical de Turbo e não poupou as críticas, escrevendo que a música da banda era irrelevante para aquela época.
     O novo álbum, Ram It Down, laçando em maio de 1988, trouxe-os de volta ao Heavy Metal clássico, mesmo contando com uma produção refinada e moderna, ainda com resquícios da "fase Turbo".
     A tour mundial ao lado de bandas como Cinderella, Bonfire e Slayer, iniciou-se na Suécia e, desta vez, incluiu a Inglaterra, a terra natal que aos poucos voltavam a conquistar. O álbum, que contém faixas como Heavy Metal, Blood Red Skies, Come And Get It e Ram It Down, atingiu a 24ª posição nos charts ingleses e a 31ª posição nos EUA.
     Após a tour pela Europa e EUA, o baterista Dave Holland, deixa a banda por problemas familiares, após a morte de seu pai e também porque sua irmã havia adoecido pouco tempo antes de se iniciarem as gravações do álbum seguinte.
     Na mesma época, a banda Racer X havia terminado e como Rob Halford já os conhecia, decide recrutar o baterista Scott Travis, que aceita prontamente o convite. Para ele foi como um sonho pois, como fã confesso do Judas, já havia ficado horas à espera de um autógrafo de Glenn Tipton durante a "Screaming For Vengeance Tour", em 1982, nos EUA.

1990
     Com o sangue novo de Travis na bateria, a banda começa a ensaiar visando o álbum seguinte. Fizeram a pré-produção na Espanha e quando tinham todo o material em mãos, partiram para o Wisseloord Studios, na Holanda, para gravar o magistral Painkiller, com produção de Chris Tsangarides.
     No entanto, antes do lançamento do álbum, o Judas Priest teve que se defender da acusação de que a música da banda tinha incitado dois jovens a se suicidaram. As famílias de Raymond Belknap e James Vance, decidiram culpar o Judas Priest pela tragédia pois consideravam que "mensagens implícitas" na música Better By You Better Than Me do álbum Stained Class incitavam jovens ao suicídio. O valor pedido pelos advogados como indenização era de 6 milhões e duzentos mil dólares. Depois de semanas, o juiz Jerry Whitehead, deu o veredicto, isentando a banda do pagamento de qualquer quantia de indenização, absolvendo-os de qualquer imputação proposta. O julgamento ocorreu em agosto de 1990.
     Um mês depois, lançam Painkiller, um álbum que causou impacto pela excelente produção, colocando o Judas Priest como banda número 1 do cenário do Heavy Metal mundial. Todas as faixas mostraram uma banda atualizada, mais agressiva e muito mais técnica que o habitual e, entre as que mais se destacam, estão: Painkiller, All Guns Blazing, Metal Meltdown, Night Crawler, Between The Hammer & The Anvil e Touch Of Evil. Na época do lançamento, saem em tour pela Europa e Estados Unidos, ao lado do Testament, Megadeth, Pantera e Annihilator, até 23 de dezembro, em Orlando (EUA).
     No início de 1991, partem para os EUA e, pela primeira vez, fazem uma escala muito especial no Brasil para um show 'matador' em 23 de janeiro no 'Rock In Rio II', realizado no Estádio do Maracanã, no Rio de Janeiro, ao lado de Sepultura, Megadeth, Queensrÿche e Gun's n Roses.
     Seguem novamente para a parte norte-americana da tour, ao lado de Mötorhead, Metal Church, Alice Cooper e Dangerous Toys, na chamada "Operation Rock & Roll US Tour' 91". No entanto, estranhamente, a baixa venda de ingressos faz com que a tour termine antes do previsto, com vários shows cancelados. Com isso, a banda começa a excursionar ao lado de Bruce Dickinson nos EUA e com o Pantera e Annihilator na Europa
     Coincidência ou não, em junho de 1992, Rob Ralford anuncia que vai gravar com sua própria banda, o Fight, mas afirmava à imprensa que não deixaria o Judas. Mas, em setembro, deixa o Judas para se dedicar exclusivamente ao Fight, levando consigo o baterista Scott Travis. Os outros músicos eram Brian Tilse e Russ Parish (guitarras) e Jay Jay (baixo).
     Em novembro, Halford substituiu Ronnie James Dio no Black Sabbath para alguns shows, mas não deixa de lado o Fight. No mês seguinte, finalmente KK, Tipton e Hill decidem abrir o jogo para a imprensa e concordam que Halford estava de fora do Judas Priest.
     A gravadora CBS, prevendo um desastre maior, lança, em abril de 1993, uma coletânea dupla, Metal Works 73-93, com 32 músicas de toda a carreira do Judas, além de um vídeo (lançado pela CMV), contando toda a história da banda, com depoimentos e imagens raras.
     Meses depois, Halford finalmente solta seu primeiro álbum em carreira solo com Fight, War Of Words, com um som mais simples, porém, muito pesado. Os fãs aprovam o Fight e ficam no aguardo de uma resposta do Judas. Será o fim?
     Em 1994, surgem inúmeros boatos e rumores sobre o substituto de Rob Halford, os mais cotados eram Ralph Sheepers (na época, Gamma Ray) e Tony Mills (ex-Shy). Enquanto isso, o Fight decola, com uma tour mundial com a agenda cheia passando, inclusive, pelo Brasil já com uma baixa no line-up, após a saída de Russ Parish.
     No ano seguinte, a imprensa do mundo todo anunciou que o Judas Priest estava a procura de um novo vocalista. Após uma série de audições prévias, que durou vários meses, dos cerca de mil candidatos, quinze estavam na pré-seleção, entre eles, DC Cooper (ex-Royal Hunt).
     A dupla KK e Tipton já estava compondo o novo material e Scott Travis decide voltar a seu posto no Judas, após o fim do Fight, que amargava a baixa vendagem de seu segundo álbum A Small Deadly Space.

1996
    Em 1996, a gravadora alemã Century Media laça dois álbuns tributos, que deram uma sacudida no nome da banda, A Tribute to Judas Priest - Legends of Metal Vol. 1 & 2, com a participação de bandas como Saxon, Helloween, Gamma Ray, U.D.O., Testament, Rage, Mercyful Fate, Fates Warning, Iced Earth, Blind Guardian, Overkill, Forbidden, Nevermore, Angra, Heavens Gate, Stratovarius, Virgin Steele, Kreator, Skyclad, entre outras.
    Em março, Scott Travis, entra no estúdio onde estavam gravando o novo álbum e mostra um vídeo de uma banda cover do Judas (Bristish Steel) a Glenn Tipton. O trio enlouquece ao ver o norte-americano, de Akron/Ohio, Tim Owens, cantando. Em realidade, o Winters Bane era a banda principal de Owens e ele chegou a gravar o álbum Heart Of Killer, lançado em 1993, mas faziam, com o mesmo line-up, o Judas Priest Cover, chamado Bristish Steel. Numa das apresentações da banda de "Ripper" Owens, um espectador ilustre os observava, Scott Travis. Na ocasião, Scott chegou até a fazer um jam com a banda, tocando Metal Gods e ficou impressionado com a performance de Owens. Por isso, levou o vídeo do British Steel para ser analisado por Glenn Tipton. É, a convite do próprio Tipton, Tim Owens parte rapidamente para a Inglaterra para uma audição. O teste constituía em músicas como The Ripper, Victim Of Changes e algumas composições da nova fase. Sorte de Owens, que sabia perfeitamente como interpretar Rob Halford e ainda tinha personalidade para colocar seu estilo próprio. Ao ouvirem-no cantando, a 'novela' termina. Tim "Ripeper" Owens é anunciado à imprensa como o novo vocalista do Judas Priest.
     As gravações do novo álbum continuaram até que o novo integrante se habituasse no "novo lar". Neste intervalo, Glenn Tipton já estava para realizar um de seus sonhos que, era gravar um álbum solo. Mesmo estando trabalhando no novo álbum do Judas, Tipton divide seu tempo entre os EUA (Los Angeles) e a Inglaterra (Londres), onde ocorreram as gravações de Baptism Of Fire. Convidados ilustres, como Cozy Powell (bateria), Billy Sheehan, John Entwistle e Robert Trujillo (baixistas), participaram do projeto, que foi lançado oficialmente em fevereiro de 1997.
     Nesta época agitada, a Sony Music, antevendo que Tipton e KK deixariam a gravadora com o objetivo de fundar a Priest Music Ltd., lançam no mercado a coletânea The Best of Judas Priest - Living After Midnight.
     Na mesma época, os trabalhos de Jugulator, o novo do Judas, continuam. A data marcada para o lançamento seria em maio, mas a banda decide prorrogar até outubro. E, após sete anos de silencio, o impacto positivo do lançamento é quase unânime, pois Jugulator, o filho de Painkiller, mostra um som ultra-pesado, quase Trash, e a performance do novo vocalista agrada aos fãs, que deliram ao ouvir faixas como Blood Stained, Burn In Hell, Death Row, Bullet Train e Cathedral Spires. Até mesmo o logotipo oficial é mudado, talvez para mostrar ainda mais que a nova fase seria duradoura e proveitosa.
     Em janeiro de 1998, começam a tour mundial, ao lado do Gorefest, na Europa, e o impacto é extremamente positivo e, apesar de não tocarem em grandes estádios, lota as casas de shows em todos os lugares que passam. O resultado foi a gravação de mais um álbum ao vivo, Live Meltdown' 98, provando que Tim "Ripper" Owens era a pessoa certa para ocupar o posto de Rob Halford.
     Mas, Rob Halford consegue tomar a cena ao declarar ao mundo sua opção sexual - homossexual -, coisa que todos já estavam cansados de saber. Toda a polemica se deu porque aquele não era o momento mais apropriado para a declaração, pois o Judas tinha acabado de laçar o álbum ao vivo. Após todo o falatório, Rob Halford monta uma banda de acordo com sua preferência sexual, o Two. Ao lançar o álbum Voyeurs, o público desaprova o trabalho, que mixava techno e industrial com partes de guitarras pesadas (à la Nine Inch Nails), causando vários cancelamentos de datas pelo mundo. Tanto não deu certo que a banda Two já não existe, ficando o vocalista com sua própria carreira solo como Rob Halford, assim como fizeram tantos outros grandes mestres, entre eles, Bruce Dickinson, Ozzy, Dio e Glenn Hughes.
     O ex-vocalista dos primórdios, Al Atkins, também lançou um álbum em 1998, com um sugestivo título, Victim Of Changes, mas que inclui as músicas da velha Demo-Tape do Judas, Holy Is The Man e Mind Conception.
     O ano de 1999 começou com uma grande notícia para o Judas, com a indicação a 41ª edição do Grammy, com a música Bullet Train, pela categoria "Melhor Performance de Metal (Best Metal Performance)".
     Em março, a banda seguiria em tour acompanhando o Ozzfest, mas, em declaração dada à imprensa pelo manager Bill Curbishley, decidem não entrar no festival, pois estariam concentrados na gravação do álbum seguinte.

2000
     Em julho de 2001 sai Demolition. Seguindo as mudanças iniciadas em Jugulator, o Judas tende ao metal moderno (até por vezes alternative / new metal), sem olhar para trás. Demolition marca a consolidação de Ripper Owens como vocalista, e um estilo musical diferente. Novamente, gerou discórdias, com fãs radicais não o aprovando enquanto outros acreditam tratar-se de (mais um) excelente álbum. Após 10 anos desde a última passagem pelo Brasil, a turnê inclui datas em Porto Alegre (4/9), Rio de Janeiro (5/9) e São Paulo (6 e 7/9).
     Em 2003 começam boatos sobre a saída de Ripper e a volta de Halford ao Judas Priest. A ótima recepção do último álbum da banda Halford, uma volta ao metal mais tradicional, apontava para uma reunião que realmente se concretizaria.
     Em 11 de julho a banda declara oficialmente em seu site a retorno de Rob Halford, anunciando que vários projetos lançados em função da reunião. Fora do Judas, Ripper assumiu o posto de vocalista na banda Iced Earth.
    Em 17 de novembro é lançado o DVD Electric Eye, que inclui diversos vídeo clipes, o show de 1986 em Dallas (o mesmo de Priest Live) e apresentações no BBC.
     Começa 2004, em 9 de maio sai o box Metalogy
comemorando o 30º aniversário da banda, que inclui 4 cds com musicas de toda a carreira (1974-2002) mais b-sides e versões ao vivo, e um DVD com o show de 1983 em Memphis.

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